agosto 26, 2013

Os gangues de Hollywood

Sofia Coppola é talentosa e depois de ter iniciado a sua carreira com The Virgin Suicides e Lost in Translation, quase que já nem é preciso pedir-lhe que faça mais nada pois por aí já não tem nada a provar. Por outro lado, o grau de exigência subiu tanto graças a esses dois primeiros filmes que não deixa sempre de ser com grande expectativa que aguardamos o novo filme.
O último, The Bling Ring, é um filme simples e básico, não requer aparente esforço de compreensão, mas lança através dessa simplicidade o desafio para um olhar mais crítico sobre a sociedade materialista onde vivemos, os ídolos que seguimos, os ídolos que são construídos e aquilo que à dita alta socialite diz respeito. Sendo The Bling Ring um filme baseado numa história real que se debruça sobre aqueles miúdos que em Beverly Hills usaram as casas de algumas celebridades como se de lojas em liquidação total se tratassem, a verdade é que de alguma forma acabamos por sentir compaixão por aqueles pequenos e mimados ladrões que usam as cabeças apenas para enfiar chapéus e o raciocínio para lhes combinar as cores. Muito embora esteja sempre presente essa consciência de opacidade desses personagens, há também uma tentativa de construção da sua razão muito directa e franca que faz com que até aceitemos os seus comportamentos dado sabermos que do outro lado está um determinado tipo de pessoas que parece só estar no mundo para ostentar no mediatismo o imediatismo de um mundo aparte que cria sentimentos como a ganância, superficialidade ou inveja, os quais eles acabaram por ser vitimas, ou seja, vitimas deles próprios.
Apesar de não ter o brilho dos primeiros filmes, The Bling Ring não deixa de ser mais uma prova da certeza de Coppola.

1 comentário:

  1. Excelente filme e realizadora é pena este filme ser a imitação quase completa do filme chamado The Bling Ring de 2011 realizado por Michael Lembeck. Quando me apercebi disto fiquei bastante desiludida

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